OLHO VIVO : Siemaco fiscaliza empresas que podem prejudicar trabalhadores

Mas só a fiscalização por parte da entidade não basta. Trabalhadores devem estar atentos quanto à procedência da empresa e, caso verificarem alguma irregularidade nos pagamentos, entrar em contato imediatamente com o Sindicato

 

Da assessoria

 

O crescimento das empresas terceirizadas é notável nesses últimos anos. Cada vez mais são requisitadas por órgãos públicos e instituições privadas para prestar serviços de limpeza e vigilância, entre outros.  Segundo dados do Siemaco (Sindicato dos Empregados em Empresas do Asseio, Conservação, Limpeza Urbana e em Geral, Ambiental, Áreas Verdes, Zeladorias e Sistemas de Segurança Eletrônica), existem 90 empresas terceirizadas só na região Sudoeste.

 

Conforme o presidente do Sindicato, Valdir Gonçalves, a grande quantidade de terceirizadas que surge no mercado se relaciona com dois fatores. O primeiro localiza-se na facilidade que a legislação brasileira dá para a abertura de novos empreendimentos neste setor. “O sujeito reúne a papelada de manhã e de tarde já tá com a empresa criada”, adverte Valdir. O segundo está na rentabilidade que muitos acreditam quando entram no mercado de terceirizados. “Infelizmente, as pessoas que montam uma empresa do gênero, não tem ideia de como funciona o setor. Ou seja, não sabem que as planilhas dos custos mensais têm um montante elevado”, destaca o presidente.

 

A consequência destes dois fatores é a retirada da empresa do mercado e o prejuízo do trabalhador, que, no final das contas, é o mais prejudicado. “Por isso é importante que ao verificarem o atraso nos pagamentos dos salários, o trabalhador entre em contato com o Siemaco, pois temos dispositivos legais para garantir os direitos trabalhistas”, destacou o presidente.

 

Quando se está desempregado, a última coisa que o trabalhador se preocupará é quanto à procedência da empresa. É aí que mora o perigo. Muitas empresas vêm de outros estados. No Sudoeste, das 90 empresas, 70 vem de cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Curitiba. “No caso de um calote é bastante difícil localizar os proprietários das empresas, pois, na maioria das vezes eles ‘evaporam’”, explicou Valdir. O trabalho do Sindicato é ainda mais prejudicado, quando o trabalhador só entra em contato a partir do segundo mês de atraso nos salários. “É isso que acontece na maioria dos casos. sempre somos contatados quando as transgressões já ultrapassaram a barreira dos 60 dias”, frisou.

 

Siemaco bloqueia R$52 mil da Global

No caso da empresa Global, de Curitiba, que até março prestou serviços na Universidade Tecnológica Federal de Pato Branco, o Siemaco obteve êxito. Ontem (18) foram bloqueados R$52 mil na Justiça do Trabalho do município sudoestino. A Justiça sentencia a ação hoje (18) e, no prazo de 15 dias, os trabalhadores receberão seus vencimentos em atraso.

 

A empresa que venceu a licitação e que atualmente presta serviços na UTFPR, a Pathano/Apollo também de Curitiba, está sob fiscalização do Siemaco desde que iniciou os trabalhos, em março. “Por enquanto verificamos que a empresa é idônea, mas o acompanhamento será constante. Temos que cuidar do nosso principal patrimônio, que são os trabalhadores”, destacou Valdir.

 

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